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Por: Cristiane Bergamini

Aconteceu quinta-feira, 3 de abril, na Unicamp, a inauguração do Laboratório de Pesquisa em Bioenergia, o Labioen, que tem como objetivo o desenvolvimento de pesquisas em parceria com empresas, indústrias e instituições voltadas à inovação em bioenergia.

Vinculado ao Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) da Unicamp, o espaço com mais de 6 mil metros quadrados dividido em dois prédios, foi construído para abrigar laboratórios, projetos de grande porte com pilotos e protótipos.

De acordo com o Reitor da Unicamp, Professor Antonio José de Almeida Meirelles, espera-se que o Labioen seja um centro que concentre a pesquisa em bioenergia na Unicamp, um local que possibilite ter plantas de porte relativamente grande para pesquisas, laboratórios e escritórios. “A ideia é compartilhar o espaço de forma que diferentes questões envolvidas na atividade de pesquisa em bioenergia sejam concentradas no local e aproveitem a possibilidade de sinergia entre as diferentes visões. Então, o desafio que a gente tem daqui para frente como estrutura de ciência e tecnologia é construir essa proximidade com o mundo industrial. É importante que aquilo que seja desenvolvido ainda como uma atividade de pesquisa significativa, ciência e tecnologia, se transforme em inovação e, para isso, é preciso ter uma interação forte com as indústrias da área, que podemos conseguir criando espaços que sejam compartilhados, como esse do Labioen“, informa o Reitor da Unicamp.

A Coordenadora do Nipe, Professora Bruna de Souza Moraes, fez um breve histórico sobre a ideia do Labioen a partir da criação do próprio Nipe. “Foram mais de 15 anos até que o Labioen se tornasse realidade. Antes se falava de bioenergia como biomassa, mas hoje falamos em um contexto mais amplo, como transição energética. Nesse período, a bioenergia foi se tornando um tema central nas discussões sobre energia renovável e sustentabilidade, fazendo parte de um contexto mais amplo de transição energética em que a multidisciplinaridade, a inovação e a integração com outras soluções sustentáveis foram ganhando protagonismo”, destaca Bruna Moraes.

“O que a gente espera aqui é desenvolver projetos grandes não puramente acadêmicos, mas que tenham parcerias com empresas, com o governo e que sejam comunicados para a sociedade. Por isso, a gente preza muito pelos projetos no formato de laboratórios vivos que é onde a gente soma esses esforços para que a gente produza uma vitrine e que a sociedade possa ver o que estamos produzindo de conhecimento”.

Bruna Moraes – Coordenadora Nipe/Unicamp

A Coordenadora lembrou e agradeceu os esforços dos pesquisadores e funcionários que participaram do processo de criação do projeto: coordenadores, gestões e equipes anteriores, todos que, de alguma forma, fizeram parte dessa história, como o Professor Luiz Augusto Barbosa Cortez que também prestigiou o evento.

Muito disso começou ainda na gestão da Reitoria do Professor Brito e, quando esteve a frente da Diretoria Científica da Fapesp, nos pediu a criação de um projeto de pesquisa de políticas públicas em etanol de cana-de-açúcar. Montamos e foram 25 workshops para discutir o tema. Isso foi o começo do Programa Bioen, do CTBE e, para integrar as universidades no tema, criamos o Centro Paulista em Bioenergia com o apoio do governo do Estado e união das universidades paulistas (USP, Unicamp e Unesp), que incluía a elaboração de um programa de pós-graduação, contratação de professores (na Unicamp foram dez) e criação de infraestrutura, informou Professor Luiz Cortez.”

De acordo com o Professor Cortez, o grande desafio é a integração entre as áreas. “Acho que os nossos docentes têm que trabalhar mais com tecnologia, sistemas, desenvolvimento de protótipos. O desafio do Labioen é agregar, é chamar as pessoas para compor o espaço, integrar as pesquisas. É preciso pensar na universidade como um todo e não só na sua unidade. É preciso olhar a universidade, o país, o todo, juntar todos, agregar as áreas.

A Coordenadora da Cocen – Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa, Professora Raluca Savu, que compôs a mesa de abertura, reafirmou o compromisso da unidade em apoiar projetos como este: “É um projeto que estamos tentando implantar há um bom tempo. Acredito que a criação desse laboratório representa um avanço significativo para a pesquisas aplicadas em bioenergia, um tema central da transição energética. De acordo com Raluca Savu, o projeto reforça a articulação entre universidades, empresas e governo de modo alinhado aos objetivos de desenvolvimento sustentável e as metas nacionais de descarbonização. Como coordenadora da COCEN é uma grande satisfação constar também que o Labioen demonstra a força do nosso sistema de modo mais amplo, tendo em vista que parte dos projetos do laboratório será realizado em parceria com o CEPETRO (Centro de Estudos de Energia e Petróleo), outro centro do nosso sistema que vem ampliar o seu foco para energias renováveis. Mais do que nunca fica claro que os desafios contemporâneos não podem ser resolvidos por disciplinas isoladas. Exige cooperação, convergência, diversidade de conhecimento e abordagem complementar.” (Raluca Savu)

A Pró-Reitora de Pesquisa, Professora Ana Maria Frattini Fileti, falou da importância desse espaço para o avanço das pesquisas e inovação e da aproximação da academia com as empresas e com a sociedade. “Esse é o ambiente que vai fazer a ponte entre a academia, empresas e sociedade que precisam acontecer cada vez mais para disseminar nossas pesquisas de qualidade. Então, o que enxergo é que este é o local para elevar o nosso grau de maturidade das pesquisas, dos produtos e processos. Acho que a demanda vai ser enorme e temos que aproveitar. Recentemente, nós tivemos a visita de uma delegação da província de Shandong, China, que também se mostrou muito interessada e assinou um memorando de intenções para a criação de um centro de energia em baixo carbono. Então, isso mostra a importância desse espaço que está sendo inaugurado hoje”.

O Reitor da Unicamp também citou a visita chinesa na Unicamp ressaltando a importância da disseminação do conhecimento e parcerias cada vez mais essenciais para o avanço das pesquisas e inovação.

Assista ao vídeo institucional e conheça um pouco mais sobre o Labioen. Clique aqui!

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