Conteúdo principal Menu principal Rodapé

A iluminação pública vai muito além de postes e lâmpadas: ela envolve ciência, tecnologia e planejamento cuidadoso para garantir segurança, conforto visual, eficiência energética e qualidade de vida.

Nesta nova série, o CePIL apresenta os principais conceitos técnicos que estruturam os projetos de iluminação pública no Brasil e no mundo. Vamos explorar desde a física da luz e métricas luminotécnicas até questões ambientais e normativas, sempre com base em referências acadêmicas e técnicas reconhecidas.

📌 O objetivo é traduzir conhecimento especializado para fortalecer o entendimento público sobre a importância da iluminação bem projetada e seu impacto direto no cotidiano das cidades.

Série com base em normas da ABNT, publicações da CIE, IESNA e literatura científica internacional.

O que é luminância e iluminância?

A luminância mede a quantidade de luz que é refletida ou emitida por uma superfície em uma direção específica, influenciando diretamente a percepção visual. Já a iluminância é a quantidade de luz incidente sobre uma superfície, expressa em lux (lx).
Em iluminação pública, a luminância é essencial para avaliar a visibilidade de vias e calçadas, enquanto a iluminância é fundamental para determinar a intensidade necessária para segurança e conforto visual.

  • CIE. (2011). International Lighting Vocabulary (CIE S 017/E:2011). Commission Internationale de l’Éclairage.
  • Boyce, P. R. (2014). Human Factors in Lighting (3rd ed.). CRC Press.

Temperatura de cor e percepção visual

A temperatura de cor descreve o tom da luz emitida, medida em kelvins (K). Luzes quentes (≤3000K) geram sensação de aconchego; luzes frias (≥5000K) são associadas à maior atenção visual.
Na iluminação pública, a escolha influencia desde a estética urbana até o comportamento de pedestres e motoristas. O equilíbrio entre eficiência e conforto visual é crucial para bons resultados.

Rea, M. S. (Ed.). (2000). The IESNA Lighting Handbook (9th ed.). Illuminating Engineering Society of North America.

Fotios, S., & Cheal, C. (2007). “Lighting for subsidiary streets: Investigation of lamps of different SPD. Part 2—Brightness.” Lighting Research & Technology, 39(3), 233–252.


Índice de Reprodução de Cor (IRC)

O IRC avalia a capacidade de uma fonte de luz reproduzir fielmente as cores em comparação à luz natural, variando de 0 a 100.
Em iluminação pública, altos valores de IRC melhoram a identificação de objetos e pessoas, aumentando a sensação de segurança. No entanto, fontes com alto IRC podem ter menor eficiência luminosa, exigindo um equilíbrio técnico.

  • CIE. (1995). Method of Measuring and Specifying Colour Rendering Properties of Light Sources (CIE 13.3-1995).
  • Smet, K. A. G. et al. (2011). “Correlation between color quality metrics and psychophysical data on naturalness, preference, and colorfulness.” LEUKOS, 7(4), 205–220.

Uniformidade luminosa e segurança viária

A uniformidade luminosa refere-se à distribuição homogênea da luz no espaço, reduzindo áreas excessivamente claras ou escuras.
Uma boa uniformidade evita fadiga visual e acidentes, garantindo conforto a motoristas, ciclistas e pedestres. Normas como a NBR 5101 estabelecem índices mínimos para diferentes vias.

  • ABNT. NBR 5101: Iluminação pública — Procedimento. Associação Brasileira de Normas Técnicas.
  • Boyce, P. R. (2003). “Lighting for Driving: Roads, Vehicles, Signs and Signals.” CRC Press.

Poluição luminosa e impactos ambientais

A poluição luminosa é o excesso ou mau direcionamento da luz artificial, causando impactos no ecossistema e na saúde humana.
O fenômeno afeta ritmos circadianos, prejudica a observação astronômica e interfere na fauna noturna. O uso de luminárias com corte total e temperatura de cor adequada reduz os impactos.

  • Falchi, F. et al. (2016). “The new world atlas of artificial night sky brightness.” Science Advances, 2(6), e1600377.
  • Kyba, C. C. M. et al. (2017). “Artificially lit surface of Earth at night increasing in radiance and extent.” Science Advances, 3(11), e1701528.

Vida útil das lâmpadas e manutenção preventiva

A vida útil das lâmpadas é o período em que seu desempenho luminotécnico se mantém adequado. Fatores como qualidade do material, condições ambientais e frequência de acionamento influenciam a durabilidade.
Programas de manutenção preventiva reduzem custos, evitam falhas e mantêm a qualidade da iluminação.

  • Narendran, N., & Deng, L. (2002). “Long-term performance of white LEDs and systems.” Proceedings of SPIE, 4776, 158–167.
  • IESNA. (2011). Lighting Maintenance. Illuminating Engineering Society.

Eficiência luminosa e sustentabilidade

A eficiência luminosa mede a quantidade de luz emitida por unidade de energia consumida. Quanto maior a eficiência, menor o desperdício energético.
Iluminação pública sustentável alia alta eficiência ao baixo impacto ambiental, reduzindo emissões de CO₂ e custos operacionais.

  • Mills, E. (2016). “LED lighting: Market and policy trends.” Energy Efficiency, 9, 167–188.
  • CIE. (2004). Control of Obtrusive Light from Outdoor Lighting Installations (CIE 150:2003).

Deslumbramento (glare) e mitigação

O deslumbramento é causado pelo excesso de contraste luminoso, reduzindo a capacidade de ver claramente. Pode ser incapacitante (ofuscamento total) ou desconfortável (fadiga visual).
Para mitigá-lo, utilizam-se luminárias com controle óptico adequado, ângulos corretos de instalação e níveis de iluminação compatíveis com a norma.

  • CIE. (2010). Discomfort Glare in Outdoor Lighting Applications (CIE 117-1995).
  • Vos, J. J. (2003). “On the cause of disability glare and its dependence on glare angle, age and ocular pigmentation.” Clinical and Experimental Optometry, 86(6), 363–370.

Fotometria aplicada à iluminação pública

A fotometria é o conjunto de técnicas e instrumentos para medir a luz considerando a sensibilidade do olho humano.
Na iluminação pública, fotômetros e goniômetros avaliam a distribuição luminosa, garantindo conformidade com padrões técnicos e eficiência.

  • CIE. (1987). The Measurement of Absolute Luminous Intensity Distributions (CIE 70-1987).
  • Ryer, A. D. (1997). Light Measurement Handbook. International Light Technologies.

Post 10 — Normas técnicas brasileiras e internacionais

As normas orientam projetos, instalação e manutenção da iluminação pública, assegurando desempenho, segurança e eficiência energética.
No Brasil, a NBR 5101 é referência, enquanto documentos da CIE e da IES guiam boas práticas mundialmente.

____________________________________________________________________________________

Quer saber mais informações sobre o CePIL? Confira outras notícias

Acesse o nosso Instagram

Acesse o nosso Linkedin


Logo CEPIL Positiva Vertical fundo transparente
Ir para o topo